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Minha Casa puxa expansão do mercado imobiliário

O mercado imobiliário deu sinais de recuperação na primeira metade de 2017, com avanço nos lançamentos e nas vendas de imóveis pelas principais construtoras do País. O crescimento, porém, é marcado por um desequilíbrio. Enquanto os negócios seguem aquecidos no setor popular, com empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), o setor de médio e alto padrões ainda enfrenta barreiras e encolhe. 

Levantamento do Estadão/Broadcast com base nos relatórios operacionais de oito empresas listadas na Bolsa (Cyrela, Even, Eztec, Gafisa, Rodobens, MRV, Direcional e Tenda) mostra que os lançamentos totalizaram R$ 5,14 bilhões no primeiro semestre, 10% mais que no mesmo período do ano passado. As vendas líquidas atingiram R$ 5,19 bilhões, alta de 16%. 

Os dados não consideram empresas como Tecnisa, Rossi e PDG Realty, que divulgarão seus números nas próximas semanas, com o balanço financeiro. O avanço no semestre foi encabeçado por MRV, Tenda e Direcional, cujos projetos estão enquadrados no MCMV. Os lançamentos das três companhias alcançaram R$ 3,70 bilhões, alta de 22% na comparação anual, além de responderem por 72% dos lançamentos do grupo de companhias listadas. As vendas do trio atingiram R$ 3,33 bilhões, alta de 22% e equivalente a 64% dos negócios do grupo. 

Em parte, a bonança do setor se deve à atualização das regras do MCMV, que ampliou de R$ 6,5 mil para R$ 9 mil o limite da renda dos consumidores que podem adquirir uma moradia do programa. Outro fator positivo é a oferta de financiamento com taxas reduzidas, graças a recursos do FGTS: a taxa gira em torno de 7%a 8% ao ano - para a compra de moradias com preços mais altos as taxas ficam em torno de 10% ao ano. No médio e alto padrão, o cenário é distinto. 

Os lançamentos consolidados de Cyrela, Even, Eztec, Gafisa e Rodobens foram de R$ 1,44 bilhão no semestre, retração de 13% ante 2016. As vendas totalizaram R$ 1,85 bilhão, alta de 7%. "A perspectiva permanece desafiadora, numa combinação de baixa oferta de crédito barato, queda nos preços e volume elevado de estoques", afirma o analista Gustavo Cambaúva, que assina relatório do banco BTG Pactual. O presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz Antônio França, vê chances de uma recuperação continuada do setor, mas pondera que a volta de um crescimento mais firme ainda é incerta.

Por Circe Bonatelli

Fonte: O Estado de S.Paulo, E&N, 21/07/2017

 

RITMO DE CRESCIMENTO

As vendas de imóveis novos no país estão sendo impulsionadas apenas pelos lançamentos do programa Minha Casa Minha Vida. De acordo com levantamento Abrainc-Fipe, foram vendidos entre janeiro e maio deste ano, 39.970 unidades, superando em 1,3% o volume comercializado no mesmo período de 2016.

Os lançamentos residenciais de médio e alto padrão recuaram 25,4% nos últimos 12 meses. Já o número de lançamentos residenciais do programa MCMV aumentou 13,7% nos últimos 12 meses face ao período anterior. A tendência positiva foi acompanhada pelo aumento no volume de vendas (22,9%) e também na oferta média (28,6%) do segmento.

Este movimento é percebido por Ilton Salgado, sócio da Atitude Soluções Financeira, que é um correspondente autorizado da Caixa. São avaliadas 600 a 700 fichas para aprovação de crédito por mês.

- Mesmo com a crise econômica, o ritmo de vendas e de lançamento está muito bom. Poderia estar melhor, mas, com a instabilidade política, o possível comprador fica com medo de perder o emprego e se comprometer com algo que não possa pagar depois - diz ele.

Mariliza Fontes Pereira, diretora da Mdoito Construtora, compartilha da opinião. Ela acredita que, além da economia e turbulências em Brasília, a redução no crédito também travou um melhor desempenho nas vendas do programa.

- Muitos estão interessados em comprar, mas não conseguem o financiamento - lembra.

Atenção na compra. De acordo com Ilton, para quem quer investir, um dos cuidados deve ser conhecer a construtora responsável pelo empreendimento: procurar na internet, ver projetos anteriores e possíveis reclamações. Além disso, deve-se fazer simulações de financiamento antes de buscar imóvel para saber se será possível arcar com as prestações.

- No caso das empresas de vendas, veja se ela está vinculada à construtora antes de fechar o negócio. Marque com o corretor no próprio estande de vendas para evitar problemas - aconselha ele.

PERFIL DOS COMPRADORES DO MCMV

  • 60% têm ensino médio completo
  • 69% são casados em comunhão parcial de bens
  • 66% financiam de R$ 100 mil a R$ 150 mil
  • 43% compram imóvel entre R$ 100 mil e R$ 150 mil
  • 91% vão pagar de 360 a 420 meses Fonte: Atitude Soluções Financeira

Por Ana Carolina Diniz

Fonte: Extra, Economia, 23/07/2017

http://site.cte.com.br/noticias/2017-07-24minha-casa-puxa-expansao-do-mercado-imob/

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