Fundação mal projetada é ‘raiz’ de problemas
A definição do tipo errado de fundação para as características geológicas do local, o subdimensionamento e a
Leia maisCom a redução da taxa básica de juros, a inflação em queda e a ajuda extra das contas inativas do FGTS, as pessoas estão voltando a sonhar com a casa própria. A procura, que já aumentou 30% neste início de ano em relação ao mesmo período de 2016, vem animando construtoras e incorporadoras a retomarem o ritmo de lançamentos residenciais. Estão saindo da gaveta projetos voltados, principalmente, para a classe média, com preços a partir de R$ 200 mil.
A volta dos lançamentos imobiliários no Rio ocorre com atraso se comparada com São Paulo, onde esse movimento já ganhou força. Isso ocorre porque, além do nível elevado de endividamento do consumidor, a economia da capital fluminense sofre com a crise do setor de óleo e gás e a penúria financeira do estado.
— A procura por imóveis aumentou 30% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Em função da maior demanda, as incorporadoras já estão mais entusiasmadas a fazer lançamentos no Rio. Como o ciclo de lançamento é longo, os resultados serão mais visíveis no ano que vem, quando poderá haver alta de 20% em relação a este ano — diz Claudio Hermolin, presidente da Ademi-RJ, que reúne as construtoras cariocas.
Volume maior na Zona Norte. A melhora no setor imobiliário, na avaliação do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, está atrelada à redução da taxa básica de juros da economia, a Selic, atualmente em 11,25% ao ano, uma queda significativa em relação aos 14,25% de julho de 2016. Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, que compila as projeções de analistas do mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2017 a 8,5% ao ano. Martins cita ainda a injeção de cerca de R$ 30 bilhões na economia com os recursos das contas inativas do FGTS:
— A queda nos juros é essencial para permitir o aquecimento do mercado, das vendas e dos lançamentos. Vamos ver esse movimento mais forte no fim do ano.
A bancária Regina Mara Santos Rocha e seu marido, Roni Marques Araújo, decidiram este ano abandonar a vida de aluguel na Barra da Tijuca. Com reforço dos recursos do FGTS, compraram um apartamento no Recreio.
— Achamos o preço muito atraente e decidimos aproveitar a oportunidade. Acredito que essa crise vai passar, não podemos ficar com medo de investir. Substituímos o valor do aluguel pela prestação de algo que é nosso — conta Regina.
Sentindo a demanda maior, as empresas voltam a colocar unidades no mercado. Sem lançamentos em 2016, a incorporadora Tao lançou, no mês passado, um empreendimento em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. Os apartamentos têm preço médio de R$ 580 mil, e 30% já foram vendidos. Ainda neste ano, haverá outro empreendimento na Vila da Penha, conta Tanit Galdeano, presidente da Tao.
Também na Zona Norte, no Cachambi, a construtora e incorporadora Even vai lançar um prédio de 170 unidades, com preços a partir de R$ 280 mil. Bruno Ghiggiano, diretor da empresa, considera 2017 o ano das oportunidades. Segundo ele, cada redução de um ponto percentual na taxa de juros aumenta em 6% a capacidade de pagamento do consumidor. Desde outubro do ano passado, a Selic recuou três pontos.
— Para estimular a venda, criamos uma campanha com ITBI e escritura de graça. A concorrência é acirrada. As vendas estão melhores, após anos ruins. Agora, com a redução dos juros, o cenário é positivo. A inflação caindo também ajuda. Para 2018, vamos lançar outro empreendimento em Piedade — diz Ghiggiano.
A Brookfield também aposta na classe média. A empresa prevê dois lançamentos este ano: um na Zona Oeste, entre Jacarepaguá e Barra da Tijuca, e outro na Zona Norte. Com isso, ressalta Marco Adnet, diretor executivo da Brookfield no Rio, a expectativa é que o volume de lançamentos chegue a R$ 400 milhões neste ano, o dobro de 2016:
— A demanda começou a aparecer para imóveis na planta. Estamos buscando terrenos no Méier, Tijuca e Jacarepaguá.
Já a Calçada estuda lançamentos no Jardim Botânico, na Zona Sul, na Freguesia e Barra da Tijuca, ambos na Zona Oeste. Os imóveis devem totalizar R$ 2 milhões em valor de vendas. João Paulo Matos, presidente da empresa, ressalta o papel da redução da Taxa Selic na retomada dos lançamentos.
A Direcional, voltada a projetos no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida, segmento que cresceu a despeito da crise, já tem dois lançamentos previstos para a classe média neste ano: em Pechincha e Del Castilho. São empreendimentos de dois e três quartos, com valores entre R$ 300 mil e R$ 500 mil.
— No primeiro trimestre, as vendas subiram 13% no Brasil e 10% no Rio — diz Adriano Nobre, superintendente de incorporação da Direcional.
A Azul também investe no Minha Casa Minha Vida, com dois novos empreendimentos. Um é em Santíssimo, na Zona Oeste, com apartamentos a partir de R$ 138 mil, para famílias com renda de até R$ 2,6 mil. O outro fica em Bangu, com preços acima de R$ 183 mil, para renda superior a R$ 2,6 mil. Mariana Marques, diretora da empresa, prevê um total de 500 unidades este ano, um crescimento de 300% em relação a 2016.
Já a Avanço criou a marca Now Smart, com empreendimentos em Cachambi, Vila da Penha e Irajá. Neste ano, a empresa vai lançar condomínio em Vista Alegre (Zona Norte).
— A tempestade passou. Estamos arrumando a casa e tentando comercializar os estoques para voltar a lançar. Este é o momento de virar a página. Crescemos 25% no início deste ano — afirma Sanderson Fernandes, diretor da Avanço.
Estoque de imóveis perto de acabar. A RJZ Cyrela lançou neste mês no Rocha (Zona Norte), sob a marca Living, um prédio com 235 apartamentos e preço médio de R$ 225 mil. Para Rogério Zylbersztajn, vice-presidente da empresa, a reação no mercado depende do bairro:
— O segmento econômico tem se destacado. Basta observar o desempenho do Rocha, que vendeu 50% de suas unidades num único fim de semana. Observamos que há muita diversidade.
As imobiliárias também aproveitam o bom momento. A Patrimóvel estima encerrar o ano com R$ 1,2 bilhão em vendas, alta de 33% ante os R$ 900 milhões de 2016. E, no início de junho, fará um feirão de imóveis com mais de mil unidades, entre residenciais e comerciais, de 14 diferentes construtoras. Haverá uma plataforma digital para buscar oportunidades, mas, para fechar negócio, será preciso ir até o evento, nos dias 3 e 4 de junho, na Barra.
— O estoque de imóveis prontos disponível na cidade está em torno de mil unidades e deve acabar até o fim do ano. No primeiro trimestre, vendemos 20% a mais que de janeiro a março de 2016. Não é expressivo, mas sinaliza melhora. Projetamos um 2018 muito melhor — diz Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel.
Na Sawala Imobiliária, o volume de vendas cresceu 35% nos primeiros quatro meses deste ano em relação a 2016, conta Edson Pires, diretor-geral da empresa:
— O consumidor já percebeu que o atual momento é extremamente favorável para investir em um imóvel.
Por Bruno Rosa e Glauce Cavalcanti
Fonte: O Globo, Economia, 14/05/2017
http://site.cte.com.br/noticias/2017-05-15com-aumento-na-procura-construtoras-de-i/
A definição do tipo errado de fundação para as características geológicas do local, o subdimensionamento e a
Leia maisA Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) espera que o setor cresça 3% este ano, o que possibilitaria a
Leia maisA Sondagem Indústria da Construção, apurada mensalmente pela Confederação Nacional da Indústria&nb
Leia mais